Nunca gostei de ser
portador de más noticias. Mas já faz um tempo que fui designado a tal cargo. Na
verdade, não é tão ruim, se pensarmos que ainda posso salva-los. Há quem me
chame de destino, ou acaso, poucos são aqueles que sabem meu real nome.
Gabriel. Sim, aquele mesmo, que veio a Terra certa vez para trazer a grande
notícia. No entanto, diz-se que para este trabalho, que agora exerço, é preciso
tamanha compaixão com a humanidade. Por isso estou aqui.
Você, assim como a maioria,
pode não acreditar, mas decide a hora de ir, eu apenas aviso, à sua parte
consciente, do fato. Então, acredite ou não nas minhas obras, é isto que faço.
Eu saboto carros, despertadores e até planto a angustia em corações. Por favor,
não entenda mal, é apenas uma tentativa, por vezes frustrada, de mantê-los
aqui. Infelizmente, a grande maioria, ignora. Sai de casa mesmo que atrasado,
pega um taxi, move mundos e fundos. Uma pena.
Já é a terceira vez que a
visito. Engraçado, ela parece me notar. Certa vez, não precisei fazer nada,
apenas esbarrei no fio do telefone, que por sua vez, anulou uma ligação. Pronto,
sem titubear, ela retornou a cama. Normalmente, os “Fadados” costumam ser mais
persistentes, mas ela não. Por isso, bastará apenas que eu esconda o controle
remoto. Ela desistirá de ver o telejornal, que anunciará a tragédia, não ligará
para sua irmã, que estará longe do celular. Assim, não ficará preocupada, sua
pressão, que agora já não é mais a mesma dos últimos anos, não subirá e tudo
correrá bem, mais uma vez.
Agora, que já não há mais o
que fazer, devo partir, mas antes deixo que uma brisa leve a sopre, para que amanhã,
ela saiba que estive aqui.
Larissa Pereira
Um comentário:
shoow teu blog, super curti, sucesso sempre *-*
se quiser da uma passada no meu , beijos e sucesso (:
http://loorenacriis.blogspot.com.br/
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