Querido
Papai Noel,
neste
natal eu desisto. Desisto de pedir paz para o mundo, lares para os necessitados
ou comida para os pobres. Esse ano, eu quero paz no meu coração e na minha
cabeça, podem estar explodindo bombas por ai, mas aqui dentro eu quero água
cristalina. Quero mais eu, desculpe o egoismo, mas, pelo amor de Deus né. Um
ano sem uma lágrima derrama, a não ser que seja de emoção ou alegria extrema.
Ah, você pode enviar aqui pra casa uma dose extra de falsidade injetável, se
tiver em comprimido melhor, não gosto muito de agulhas. Andei notando que é o único
remédio pra sobreviver nesse lugar. Embrulha em papel verde com laço vermelho
uma caixa beeeeeeeeeeem grande, onde eu possa trancar todas as minhas
desilusões e fracassos. Na meia da janela deixe um recado, uma oração que possa
fazer todas noites, para que eu acorde no dia seguinte. De baixo da árvore
deixe por favor alegria em conta gota, pra que ela demore mais a acabar e
silencio, daquele que diz tudo em nada. Agradeceria se ao entrar não me acorde,
faz tempo que não durmo bem e se for possível, feche e janela, estou gripada.
Com
carinho.
Larissa Pereira
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