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Vadia
Seria mais uma noite, como todas as outras, suja, podre e repugnante.
Eu odiava cada amanhecer naquela cama contaminada. Imundos. Me enjoava o
crepúsculo ao pensar o que se aproximava. Éramos 6 naquele apartamento
minúsculo, e tudo ali me dava náuseas. Aquelas roupas, aquela gente, aquele
lugar. Poderia descrever com detalhes a noite que viria, pois seria como as
anteriores, mas acredito que pouco queiram saber. Ninguém quer, nenhum deles
jamais perguntara o seu número, talvez o terceiro ou o sétimo naquela noite que
ao passo que escurecia sucumbia à podridão. Eram pais de família que
escondiam-se, infelizes que achavam que eu poderia dar-lhes prazer, mas eu era
como uma rocha, pouco importa-me o que farão, anseio apenas pela partida de
cada um. O delineador agora em meus olhos ia mudando minha face, para aquela
que eu encarava todas as noites por ruelas estranhas. Eu só queria nesta voltar para o dimunito apartemento com um certo número. Um. Como as meninas que
eu conheci no primário faziam agora, mas elas haviam seguido suas vidas e ao
retornar para casa tinham uma cama limpa e uma manhã doce. Mas agora, eu tenho
que partir a noite me tomará e o amanhecer declarará a minha imundice.
L Whitesh
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