Era a terceira vez naquela semana em que eu ia para o mesmo parque, sentava nos banquinhos, e com o caderno velho em mãos escrevia sobre coisas que vagavam pela minha mente. Neste dia, por acaso, estava escrevendo sobre girassóis, e como eles dependem do sol para seguir o rumo de suas vidas. Até que observando as crianças que brincavam, uma delas me chamou a atenção. Tinha a pele morena, cabelos lisos, pareciam retalhos de seda. Ela sorria para uma coisinha pequena, de olhos grandes e escuros, uma outra menina, de pouco mais de um ano. Repentinamente um menino de cabelos bem pretos irrompeu a cena com algo que parecia ser uma réplica miniatura de um avião.
Me lembrei então dos meus três filhos, aqueles que eu tanto sonhei e... não tive. Como um girassol eu já fora movida por sonhos. E agora, sem a mesa do jantar composta por um marido companheiro e crianças lindas, eu me encontrava ligeiramente perdida. Os meus sois haviam ficado para trás. Sim, cresci sem ele, mas talvez eu tenha criado galhos retorcidos ou flores mortas. Não havia sido como eu imaginara, e sabe, eu jamais devia ter imaginado.
L Whitesh
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