Cartas, tantas cartas, inúmeras cartas escrevi pra você. E
todas acabaram no mesmo lugar, no fundo falso daquela gaveta da escrivaninha
antiga do meu quarto. A coragem de enviá-las me faltou, talvez seja porque fico
com receio que saiba de tudo que ainda sinto aqui dentro.
Você agora tem sua vida, eu tenho a minha, nós dois não
andamos na mesma estrada. A vida nos separou e talvez seja melhor assim. Mas é
inevitável eu não pensar “e se”. E se tudo fosse diferente, e se você ainda me
amasse, e se você ainda estivesse aqui...
Vivo assim todos os dias e então no fim deles, depois de um
dia estressante, eu me sento à escrivaninha e conto-lhe em cartas jamais
mandadas como a minha vida continuou sem você ou como ela sobrevive dia após
dia sem você.
Angélica Guedelha
3 comentários:
As cartas de amor jamais entregues entregam por si só o amor que nunca morreu.
lindo texto.
Querida, obrigada pelo comentário! :)
Beijos.
Linda frase... Obrigada linda, fico feliz que tenha gostado! Bjs /Angélica
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