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Larissa Pereira
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Epístolas Extraviadas

junho 25, 2012

Segunda de manhã


“Bom dia querido. Fui à feira. Uma na rua atras do super mercado, a Dona Luiza, aquela da casa verde, disse que é ótima, tudo baratinho e fresquinho. Não devo demorar, mas caso não chegue antes das dez, arrume a Sophia para o ballet. Ela sabe fazer o coque sozinha, aprendeu esses dias, te contei? Então é só separar a roupa dela, a meia calça está na corda. A mamadeira da Clarice está na geladeira, é so agitar e esquentar no microondas. Ah, acorda logo o Henrique, esse menino precisa parar de dormir até onze horas. A propósito achei uma academia de jiu jitsu pra ele, no caminho de volta passo lá e acerto tudo, ele vai ficar tão feliz. E você, bem, me aguarde para irmos juntos até o trabalho. Um beijo, com amor, “ – eu nem mesmo precisava terminar de ler, sabia que era ela. Quem mais coordenaria tão bem a nossa casa? Eu ainda me lembro como ela falava do futuro, sempre tão segura e eu tão... volúvel. Mas ela havia acertado, as coisas haviam seguido como o planejdo, exeto pela Clarice que resolveu nascer dois anos antes, mas nada que o sorriso daquela miudeza não resolva. Erámos tão jovens quando tudo começou, acreditávamos nisso com tanta fé, mas acho que no fundo ambos temiam que isso não acontecesse. E quem diria que estaria eu, aqui, sem saber qual das duas mamadeiras que estão na geladeira é pra pôr no microondas. Deve ser essa, tem cara de café-da-manhã. Ela sempre havia imaginado tudo sob os minimos detalhes, hoje a cozinha muito clara, com todos os equipamentos que podem fazer comida sozinhos, já que ela ainda não se acostumou com aquela coisa velha, chamada fogão. Que aliás, foi o único item que pude escolher. A bancada enorme, como tinhamos por vezes sonhado. De onde era possivel ver a sala, com fotografias espalhadas de forma sutil. Uma estante pequena onde estão todos os dvds que ela fez questão de me dar por todos esses anos, junto a tv com mais de vinte canais apenas de filmes. Talvez por isso não precisei escolher nada, ela sempre me conheceu muito bem. O sofá enorme, de acordo com ela para caber nossa familia que seria enorme, e é. O corredor, muito amplo para não parecer aqueles de filmes de terror, levava aos quartos das crianças, uma para as meninas e um para o Henrique. Ao fim, a sonhada biblioteca, com uma estante de 2X6 metros. Desde sempre ela quis essa estante, ainda me lembro do dia em que meu amor chegou em casa, depois da redação e encontrou aquela estante enorme na parede, ela ficou tão feliz.
Ao lado da biblioteca/escritório, foi onde ela escolheu colocar o quarto, para que quando uma ideia viesse antes de dormir ela pudesse correr e escrever antes que esta fugisse. Ela sempre teve umas justificativas estranhas. O nosso quarto, por incrível que pareça, é o menor da casa, ela preferiu assim, para não acumular bagunça, apenas e cama, o closet (não cumular bagunça, sei), havia uma mesinha de cabeceira com um abajur, ela ainda tem medo de escuro, e a foto do nosso casamento naquele mesmo porta retrado que dizia “em caso de saudade quebre o vidro”.

L Whitesh
às 2:46 PM
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Um comentário:

Luthy Lothlorien disse...

É impressão minha ou eu vi neste texto a vida que a autora quer ter no futuro, heim heim? *_* Lindo texto! Estava com medo de o final ser triste com algum assalto ou morte ou algo do tipo, mas não, foi lindo! Parabéns!

29 de junho de 2012 às 20:46

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