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Larissa Pereira
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Epístolas Extraviadas

novembro 25, 2011

Tantos contos


Uma capa de tons claros, porém vivos, sem título, as folhas parecem grossas mas não podem toca-las, não podem lê-las. Pois há um cadeado, duro e de ferro, o paradeiro da chave é um mistério, ninguém sabe onde encontra-la. Nem mesmo eu. Quem, aliás, colocou o obstáculo. Colocou como uma defesa, algo que pudesse me proteger e me esconder de tudo lá fora, assim ninguém poderia rasgar ou rabiscar as folhas grossas de caligrafia perfeita. Uma ideia extraordinariamente perfeita, não haveria mais com o que me preocupar, nada mais me atingiria, eu me fechei, selei meus sonhos e extingui todos os planos, todos aqueles que passassem de dias ou que não dependesse de mim. Não queria contar com os outros a minha volta, todos deixariam meus desejos bobos por novos caprichos, eu era apenas um capricho, eles não sabiam disso no início. Não me fizeram acreditar por mal, não, era verdade, só foram negligentes ao não declarar que aquilo agora já não existia, pois bem, eles nem eram tão maus assim, não é mesmo? Não importa agora, ou não deveria. Um cadeado foi colocado em mim, um cadeado impede então, meus contos. Aqueles que começavam com um Era Uma Vez e terminavam com um Felizes Para Sempre escrito numa folha singular que inevitavelmente seria arrancada e jogada no lixo. O trinco parecia a solução exata do problema que me afugentava. Mas agora eu quero novas folhas, novos contos com ou sem Para Sempre, talvez com uma moral, ou sem aquele FIM escrito logo abaixo em letras bem desenhadas. 
Uma lágrima surpreende a capa do livro, que continua fechado mas ainda assim a entende, ele também chora, suas folhas rasgadas precisam ser libertas, as rabiscadas devem ser reescritas para que a história possa seguir. Nada pode ser feito pois ele ainda está ocluso. A ideia perfeita agora faz doer. Eu tento de todas as maneiras arranca-lo dali e não consigo, e ele continua a me machucar e não só a mim a quem está a minha volta. Gente que não merecia um terço dessa dor que é só minha, que me puxa para algum lugar lá no fundo onde é escuro e úmido, por mais que eu tente eu sei que passam dias e dias e ainda pesa em quem não deve. Mas isso não sai de mim, como um parasita que resiste aos medicamentos. Eu preciso de ajuda, agora eu sei disso. 

L whitesh


às 3:41 PM
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Um comentário:

Anônimo disse...

Adoreeei seu blog! Estou seguindo, espero que siga o meu também :D
beijinhos

6 de dezembro de 2011 às 15:36

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