Queria poder ler

Eu queria tanto que você se desvendasse para mim, como me desvendo pra você... queria ler o que escreve seus olhos, mas as letras me parecem claras de mais, turvas, se cruvas e fazem entrelinhas enigmáticas. Já você me desvenda de uma forma impressionante, rápida, como se meus olhos escrevessem somente para os seus, uma letra perfeita, do tamnho ideal para que você as leia. Confesso que me desvendo fácil, não sei revolver enigmas nem gosto de se-los, porém me faço para quem não confio, mas para você me desvendo, cada detalhe, cada sentimento escrevo a você. Sinto então: onde esta a confiança equivalente a minha? Onde se esconde o mapa desse enigma, como sei onde começa e termina essas linhas emboladas num emaranhado de sentimentos, medos, coisas guardadas... baú, você se fez um com uma chave única e muito rara, ainda não a encontrei, vez ou outra, coisas escapam pelas brechas, mas essas não me saceiam. Essas me dão sede de você. Não sei nem quero te desvendar, espero anciosamente que se desvende, que me diga onde esta a chave. Quero ler seus olhos, mas antes quero que você queira, não gosto de abrir diário alheios, muito menos desvendar o que não me foi desvendado. Nunca pedi que me desvendasse, me desvendei o mais rápido que pude, da melhor maneira que consegui, pois confiei a você o que há de mais intimo, meus olhos e tudo o que ele pode dizer. Mas você não, desvende-se, não espere que o desvende, pois não irei.

L whitesh