Abram as cortinas

Andei notando que nossa vida, nossa história, pode ser comparada a uma peça teatral, podemos ser princesas, bruxas, sapos, figurantes... enfim, nos encaixamos em diversos papéis em uma mesma trama. Seja ela drama, romance, comédia e até suspense. Já fui sapa, milhares de vezes, bruxa então, já perdi as contas, princesa fui poucas, mas agora me encontro cada vez mais próxima no ápice, serei autora, da minha própria história, direi onde ficam as virgulas, pontos, reticencias...

O autor, merecedor de todos os aplausos, porém, muitas vezes encontra-se atrás das cortinas, sujeito a todos as críticas. Elogios são poucos, estes ficam para os atores. Porém, mal sabemos que eles mudam suas carapaças a cada cortina fechada, a cada peça que se encerra. Podemos também, ser plateia, eu particularmente nunca gostei, de ver a atuação alheia e simplesmente aplaudir, camunmente, por educação, gosto de ser aplaudida por trás das cortinas, uma pequena autora.

Há o passante, um "zé ninguém", entre os ilustres protagonistas. Mas o que seria um cenário vazio, uma cidades, sem eles? todos nós temos um papel nessa grande peça, seja ele "menor ou maior", nenhum seria tão bem decorrido sem o outro. Os mocinhos são almejado por todos. Queremos ser príncipes e princesas que terminam com um lindo final feliz. Me pergunto então – o que há de bom em ser sempre príncipe e princesa? – respondo – nada, mocinhos e mocinhas aprendem com os erros alheios, não cometem os seus... é como tirar dez naquela prova hiper difícil, colando do vizinho, você não é merecedor. O melhor papel pra mim é aquela bruxa, que descobre que pode ser somente uma sapa, a procura de seu príncipe encantado, e ao encontra-lo, transforma-se em uma linda princesa, e fim. Fim? Não, nunca há um fim, sempre um recomeço, ao serem fechadas as cortinas... tudo continua nos bastidores.

L whitesh